Embora a partida não tenha sido brilhante, triunfo que quebrou um tabu histórico na Arena Condá oferece importantes entendimentos sobre a competitividade acirrada da Série B
O que torna um grupo vitorioso? A resposta reside na combinação de fatores essenciais, como uma liderança que inspira, membros talentosos e engajados, um ambiente de colaboração e confiança, e processos bem definidos.
Essa dinâmica complexa, mas fundamental, pôde ser observada na vitória do Coritiba sobre a Chapecoense por 2 a 1, pela segunda rodada da Série B do Brasileiro.
Embora a partida não tenha sido brilhante, o triunfo que quebrou um tabu histórico para o Coritiba na Arena Condá oferece importantes entendimentos sobre a competitividade acirrada da Série B.
O técnico Mozart, líder de um grupo disposto a se tornar vitorioso, em sua análise pós-jogo enfatizou a coragem do elenco em buscar os pontos fora de casa, um elemento crucial para qualquer projeto ambicioso.
O talento individual também esteve presente. A atuação destacada do meia português Josué, vestindo a camisa 10, exemplificou isso. Com passes precisos, ele ditou o ritmo e foi o maestro por trás dos dois gols, culminando em um toque de calcanhar genial para Nicolas Careca.
E ao falar em comprometimento, é preciso destacar Careca. Apesar de algumas críticas da torcida, especialmente ao ser anunciado como reforço, ele personifica a entrega tática e o espírito coletivo de que o Coritiba necessita e que tem construindo a partir de muita disciplina, demonstrando que o valor de um jogador vai além de lances espetaculares.
A colaboração de todo o elenco, incluindo aqueles que iniciaram no banco, mas mantiveram o nível de intensidade ao serem acionados, reflete a confiança e a eficácia dos processos implementados. Essa sinergia não surge por acaso, mas é fruto de treinamento e disposição.
Se os primeiros meses sob o comando de Mozart foram de busca por uma identidade de time e de jogo, os dois primeiros confrontos da Série B, ainda que não tenham sido de encher os olhos, sinalizam os resultados do foco e do trabalho realizado durante a intertemporada.
É claro que o caminho para a excelência é contínuo. Ajustes ainda são necessários, como aprimorar a saída de bola, controlar mais a posse em momentos cruciais e refinar o encaixe tático. No entanto, a ausência ou fragilidade de qualquer um dos pilares que sustentam um grupo vencedor pode comprometer o planejamento com o objetivo de ascender à elite do futebol brasileiro.
A evolução demonstrada pelo Coritiba nas duas primeiras rodadas, porém, gera uma expectativa otimista para o futuro da competição. E, agora, com um elemento que vai além das quatro linhas: o apoio da torcida que nunca abandona.