A alta dos preços dos alimentos tem se consolidado como um dos principais desafios do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e uma ameaça à sua popularidade. A avaliação é do próprio Palácio do Planalto, que reconhece a necessidade de conter a inflação dos itens essenciais para evitar desgastes junto à população, principalmente entre as camadas de menor renda, que são as mais impactadas pelo aumento no custo da cesta básica.
Nos últimos meses, produtos como arroz, feijão, carne e leite registraram aumentos expressivos, pressionando o orçamento das famílias e ampliando o descontentamento com o governo. A equipe econômica já monitora a situação com preocupação, pois o custo dos alimentos tem um peso significativo na percepção popular sobre a economia.
O presidente Lula, que construiu sua trajetória política com forte apelo popular e foco na melhoria das condições de vida dos mais pobres, tem sido alertado de que a inflação pode corroer sua base de apoio, especialmente entre os eleitores que confiaram nele para recuperar o poder de compra da população. Integrantes do governo reconhecem que a inflação dos alimentos é um fator decisivo para o humor do eleitorado e pode impactar a avaliação do governo em pesquisas de opinião.
Para enfrentar o problema, o Planalto estuda medidas como o reforço de políticas de abastecimento e incentivos à produção agrícola, além de ampliar programas sociais como o Bolsa Família para compensar o aumento dos preços. No entanto, há desafios externos, como fatores climáticos e oscilações do mercado internacional, que também influenciam a inflação dos alimentos e fogem do controle direto do governo.
Diante desse cenário, o Planalto sabe que conter a alta dos preços é fundamental para manter a confiança da população e evitar um desgaste que possa comprometer a estabilidade política e econômica do governo nos próximos anos.