Mais um espaço tão cobiçado pelo centrão foi finalmente cedido pelo presidente Lula (PT), dessa vez, a presidência da Caixa Econômica saiu da gestão de Rita Serrano, funcionária de carreira desde 1989, a economista estava no cargo desde janeiro, com esta, somam-se três demissões de mulheres em cargos públicos de liderança no atual governo.
Partidos do centrão já vinham reivindicando o comando da Caixa e de outros órgãos públicos, como os Correios e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), desde julho, o bloco negocia cargos em troca de apoio ao governo Lula no Congresso.
A demissão foi feita nessa quarta-feira (25) e comunicada à Rita Serrano em reunião no Palácio do Planalto no final da manhã, o anúncio da troca de comando foi realizado por meio de nota confirmando que o novo presidente da Caixa será o economista e servidor da Caixa Carlos Vieira Fernandes, este já ocupou cargos de confiança em ministérios de partidos do Centrão, em anos anteriores.
Como esperado, Fernandes foi uma indicação do centrão, com o aval do deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, além disso, o bloco pretende indicar nomes para substituir as vice-presidências da Caixa, porém ao longo da semana ainda haverá reuniões entre Lula e Lira para confirmar estás substituições.
Outros dois cortes polêmicos de mulheres em cargos de liderança no governo Lula se deram em julho, com a demissão da ministra do Turismo Daniela Carneiro, substituída por Celso Sabino, amigo próximo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e que já viajou com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em seguida, no mês de setembro se deu a demissão da então ministra do Esporte, Ana Moser, em seu lugar entrou o deputado federal André Fufuca (PP-MA), também apadrinhado por Lira. Decisão polêmica, pois o parlamentar chegou a abastecer com recursos de uma emenda parlamentar de sua autoria uma empresa fantasma envolvida em um grande esquema de desvio de verbas federais.
O Centrão é um bloco de partidos conhecido por apoiar o governo federal em troca de cargos e recursos do orçamento público e o presidente Lula vem sendo muito criticado por ceder demais para o bloco ao longo de sua gestão, contrariando inclusive pautas e discursos de sua campanha.