Acusado de aliciamento de jogadores na base, o Athletico foi indicado pela Federação Paranaense de Futebol (FPF) para disputar a Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2023. Coritiba, Maringá e Operário-PR completam as vagas paranaenses.
A Federação paranaense definiu os quatro times na sexta-feira, último dia para confirmar o interesse de disputar a competição, que começa em janeiro. O critério foi a colocação dos clubes no Paranaense deste ano pelo profissional.
O Coxa se sagrou campeão em cima do Maringá, enquanto Fantasma e Furacão caíram nas semifinais. Para a Copinha de 2022, a FPF adotou o fundamento de que as equipes das principais divisões nacionais fossem as escolhidas.
O Londrina, assim, disputou na atual temporada e agora ficou sem a vaga, mas aguarda o desfecho polêmico do Furacão. O Paraná Clube é outro que foi preterido novamente após disputar o tradicional torneio por 17 anos seguidos.
Em contato com o ge, a FPF afirmou que desconhece a acusação do Athletico estar envolvivo com aliciamento de atletas. Assim, o quarteto paranaense está definido para o torneio da base.
Na sexta, Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo enviaram um ofício à Federação paulista para boicotar o Furacão da próxima Copinha. Os grandes de SP contam com o apoio de equipes do interior, como o Bragantino.
A entidade, responsável pela Copinha, quer entender melhor o caso e saber se há provas sobre a denúncia. Nesse sentido, uma reunião com representantes de clubes deve acontecer na próxima semana na Barra Funda, onde fica a sede da instituição.
Vale ressaltar que a indicação dos clubes participantes da Copinha não é feita pela Federação paulista, mas sim pelas federações de cada estado.
O Furacão está ciente do movimento contrário e trabalha nos bastidores para tentar minimizar essa rejeição. Recentemente, o clube também ficou fora da Copa Nike, torneio sub-15 realizado anualmente. Para reduzir os efeitos dessa ausência, a equipe viajou para o Paraguai.
Não é de hoje que a postura do Athletico nas categorias de base gera incômodo em outras agremiações. Em 2020, o Botafogo acusou o Furacão de aliciar um atleta de 13 anos. Já em março deste ano, o Retrô citou “atitudes insidiosas” dos paranaenses em relação a jovens jogadores.
Entre dirigentes de categorias de base, o entendimento é de que o Athletico tem atitudes que desrespeitam o código de ética constituído pelo Movimento dos Clubes Formadores do Futebol Brasileiro, criado em 2012.
Uma delas seria negociar com familiares de atletas com menos de 14 anos que já estejam em algum clube. Outra acusação é de que o Furacão busca jovens em outras cidades e estados e oferece hospedagem a eles em casas e pousadas próximas ao clube – a lei só permite alojar atletas acima de 14 anos.
Antes dos 14 anos, os jogadores são cadastrados com um registro de Iniciação Desportiva, que é renovado anualmente e conta para somatória do cálculo do Mecanismo de Solidariedade da FIFA. A partir dessa idade, os atletas podem assinar o contrato de formação.
Ainda assim, esse é um vínculo considerado frágil judicialmente. O contrato profissional – este sim difícil de ser rompido – é permitido somente a maiores de 16 anos.
Cartolas de clubes de diferentes estados criaram um grupo num aplicativo de troca de mensagens sem a presença de um representante do Furacão. O espaço serve, entre outras coisas, para compartilhamento de denúncias de aliciamento de jovens jogadores.