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A tecnologia como solução para os retrocessos na educação causados pela pandemia


Em pleno dia da educação os brasileiros não têm muito que comemorar, não bastasse viver num país que conta com o alarmante número de 11 milhões de pessoas com 15 anos ou mais que de, acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, não sabem ler nem escrever ainda estamos colhendo as consequências do retrocesso que a pandemia causou na educação do país. O Brasil foi o país que permaneceu mais tempo sem aulas presenciais na América Latina, foram 53 semanas, aproximadamente 13 meses, em comparação a 42 semanas, ou 10 meses, nos demais países da região, estima-se que com o período de escolas fechadas e a adoção do ensino remoto a alfabetização de crianças no país retrocedeu cerca de 15 anos, de acordo com levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2019, a taxa de crianças fora das escolas era de 1,39%, em 2020, esse número saltou para 5,5%.

Ano passado, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou o primeiro levantamento com os impactos causados pelo vírus, dados da pesquisa Resposta Educacional à Pandemia de Covid-19 no Brasil apontam que 9 em cada 10 escolas (90,1%) não retornaram às atividades presenciais no ano letivo de 2020, quando feitas as comparações entre escolas publicas e privadas, esta desigualdade se acentua, no ensino privado, 70,9% das escolas ficaram fechadas em 2020, número consideravelmente menor que o da rede pública: 98,4% das escolas federais, 97,5% das municipais e 85,9% das estaduais. A estimativa de aprendizado no ensino remoto também é preocupante, de acordo com o estudo Perda de Aprendizagem na Pandemia, uma parceria entre o Insper e o Instituto Unibanco, estima-se que, no ensino remoto, os estudantes aprendem, em média, apenas 17% do conteúdo de matemática e 38% do de língua portuguesa, em comparação com o que ocorreria nas aulas presenciais.

Diversos fatores se aliaram à pandemia e contribuíram para esse déficit educacional, além das dificuldades dos alunos em se adaptar ao ensino remoto, obstáculos a falta de acesso a computadores, tablets e celulares com sinal de internet para acompanhar as aulas on-line propiciaram a falta de motivação dos estudantes, em 2020 o grau de engajamento entre estudantes do ensino médio das redes estaduais no ensino remoto foi de 36%, ou seja, foi assistida apenas um pouco mais de um terço da jornada de 25 horas semanais prevista. Deste modo, segundo o estudo Cenário da Exclusão Escolar no Brasil – um Alerta sobre os Impactos da Pandemia da Covid-19 na Educação, lançado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em parceria com o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) Educação o número de crianças e adolescentes sem acesso à educação saltou de 1,1 milhão em 2019 para 5,1 milhões em 2020, um dado alarmante que fere diretamente o direito básico à educação e causará impactos econômicos futuros.

Startups Edtechs podem ser o caminho para o futuro da educação

Para contornar essa grave situação, há caminhos possíveis já apontados por especialistas e que amenizarão os impactos que a pandemia causou na educação, ampliação do ensino integral, estratégias para recuperação da aprendizagem, garantia de investimentos em recursos educacionais e claro, a tecnologia, que através de soluções disruptivas trazem evolução e personalização do ensino na busca pelo resgate do desenvolvimento educacional e, consequentemente, do desenvolvimento do país como um todo.

Nesse contexto entram os trabalhos desenvolvidos por diversas startups, como é o caso da Evolucional, uma startup de educação que nasceu em 2014 atuando na área de avaliações, atendendo mais de 4.500 escolas e mais de 2 milhões de alunos em todo o país. As avaliaçõessimulam as avaliações oficiais do MEC, como ENEM e SAEB, exames que avaliam o ensino médio e fundamental, respectivamente. Com o passar do tempo evoluiu o algoritmo de score dos alunos passando a desenvolver um algoritmo de alta precisão para mensurar as notas dos estudantes. “Mais do que uma nota, esse valor que entregamos para o aluno após a avaliação é uma medida de proficiência que diz pra gente quanto o aluno domina de cada conhecimento, uma escala que consegue localizar quanto ele sabe e quanto ele não sabe em determinada disciplina”, conta Vinicius Freaza, sócio-diretor da Evolucional.

Com isso, a startup conseguiu desenvolver um sistema de aprendizagem adaptativa, o projeto Evo Nitro. De acordo com Vinícius, “depois da avaliação, conseguimosrecomendar qual o conteúdo que o aluno precisa estudar e assim aprimorar os estudos, o sistema oferece uma trilha personalizada para cada aluno a partir de cada avaliação,com o método assessment first fazemos uma abordagemde avaliação como ponto de partida, geralmente nas escolas as avaliações são o final do processo, aqui invertemos a lógica, a partir da avaliação oferecemos a trilha, que é individualizada, portanto, diferente para cada aluno. Geralmente as pessoas pensam que o aluno faz a prova e indicamos o que ele mais errou, na verdade usamos esse número para entender qual o próximo passo, entendemos que ele precisa estudar para aprender o queele mais errou, localizamos o aluno na escala de proficiência.

Para fazer isso temos um conhecimento em educação que foi desenvolvido na escala evolucional, quando pensamos numa empresa Edtech, precisa-se de um conhecimento de educação muito grande para entender todo o processo educacional do aluno e ao longo do tempo incluímos a tecnologia para entregar isso, contamos com inteligência artificial e algoritmos adaptativos, atualmente estamos em todos os estados brasileiros atendendo escolas com mais de 3 mil clientes ativos.”

A educação foi uma das áreas da humanidade mais impactadas pela pandemia, prejuízos estão sendo calculados, inclusive com uma geração que será impactada na renda por conta dessa lacuna educacional. Mesmo num ambiente mais favorável como é o caso das escolas particulares, não há um nivelamento dos estudantes, a discrepância da proficiência entre eles é muito grande, depende do ambiente e das condições de cada aluno, se as turmas já eram heterogêneas, agora essa heterogeneidade se acentuou, quando pensamos num sistema adaptativo vamos ao encontro dessa realidade.

“Cada vez mais aquela aula que é dada para todos os alunos de forma homogenia não funciona, pois os alunos estão em pontos diferentes de aprendizagem. O projetoEvo Nitro pode contribuir nessa personalização da individualidade do aprendizado, ao fazer o nosso teste o sistema entende o que aquele aluno precisa, cria uma trilha dividida em ciclos de estudos que culminam numa nova avaliação para definir uma nova trilha, é algo dinâmico e não estático como um material didático tradicional, entendemos o momento de cada aluno e organizamos numa ordem completamente diferente para cada um”, afirma Vinícius.

Um sistema adaptativo que parta da avaliação e entregue personalização para cada aluno poderia contribuir muito para a evolução de cada um deles, se o poder publicoenxergasse as vantagens desse sistema e o adotasse para driblar a defasagem dos alunos na escola publica o retrocesso deixado pela pandemia poderia ser driblado.

A plataforma do projeto Evo Nitro é interativa e rica em conteúdo como vídeo-aulas, podcasts, animações, exercícios interativos e e-books. Apesar de atuar majoritariamente em escolas privadas, a startup já está atendendo escolas publicas estaduais e municipais, mas o entrave dos processos licitatórios e burocráticos impedem a maior expansão e adoção do sistema em benefício dos estudantes da rede pública de ensino, além dos colégios particulares, a Evolucional atende as escolas militares por conta da autonomia da contratação.

“A Evolucional tem dialogado bastante com autoridades, com o MEC e o Conselho Nacional de Educação, colocando a tecnologia da Evolucional em favor da educação. Acreditamos muito no valor da escola,principalmente na questão da socialização e da importância do compartilhamento e da relação professor-alunos, mas acreditamos que o sistema deva ser reformulado e a forma de se entregar as aulas precisa passar pela personalização, sermos capazes de usar a tecnologia para entender as necessidades de cada aluno é ofuturo, mas isso não é novo, muitos estudiosos da educação como Lev Vygotsky, define que cada aluno possui uma zona de aprendizagem própria, particular, que ele define de zona de aprendizado proximal. A grande dificuldade das escolas é identificar essa zona de desenvolvimento proximal, e a tecnologia tem um papel importante e relevante na definição e identificação dessa zona, a partir daí podemos oferecer os melhores conteúdos e personalizar a experiência de aprendizado para cada aluno. A avaliação é o ponto de partida para proporcionar a experiência de aprendizagem”, finaliza Vinicius.

 

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