O projeto Parceiro da Escola, que prevê a terceirização da gestão administrativa de 200 escolas públicas do Paraná, foi aprovado em primeira votação na sessão plenária desta segunda-feira (3) da Assembleia Legislativa. Com 39 votos a favor e 12 contra, o resultado já era esperado. Devido às emendas recebidas, a votação foi interrompida para análise pela CCJ e será retomada nesta terça-feira (4). Contudo, a maneira como a proposta foi aprovada não estava prevista.
Programada para as 14h30, a sessão plenária começou com atraso devido ao protesto que acontecia do lado de fora dos muros da Alep. Milhares de manifestantes marcharam da Praça Santos Andrade até a Praça Nossa Senhora de Salete. Pouco antes do início da sessão, os manifestantes derrubaram o portão da sede do Poder Legislativo, acessaram as rampas e forçaram a entrada por uma pequena porta de vidro, que acabou quebrando. Ao lado dos cacos de vidro, manchas de sangue marcaram a ação dos manifestantes no corredor da Casa do Povo. Professores, alunos, sindicalistas e apoiadores da greve dos educadores ocuparam a galeria superior do plenário, de onde gritavam pela retirada do projeto Parceiro da Escola. O presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano, tentou iniciar a sessão, mas sua voz foi abafada pelos manifestantes, levando à suspensão temporária da sessão.
Deputados da Mesa Executiva reuniram-se no gabinete da presidência com os oposicionistas, que mantinham diálogo com o comando grevista liderado pela APP Sindicato. Em poucos minutos, uma solução foi encontrada com base em uma recente mudança no regimento interno: realizar uma sessão híbrida em vez de votar o projeto do Palácio Iguaçu em plenário.
No plenário, permaneceram apenas os sete parlamentares do PT, além de Goura (PDT), Evandro Araújo (PSD), Mabel Canto (PSDB) e Tercílio Turini (MDB). Todos os deputados da base aliada participaram da sessão remotamente, a maioria de seus próprios gabinetes, o que gerou críticas dos oposicionistas. As galerias continuaram lotadas de manifestantes.
Os oposicionistas tentaram suspender a tramitação do projeto Parceiro da Escola por uma sessão, mas o requerimento foi rejeitado por ampla maioria: 39 votos contra 11 — os 11 presentes no plenário da Alep. A base governista entrou em ação. Após discursos de cinco deputados de oposição e cinco da situação, o projeto Parceiro da Escola foi analisado pelos parlamentares. O resultado não surpreendeu. A base governista se impôs e aprovou a proposta com 39 votos favoráveis. Além dos sete deputados do PT, votaram contra a proposta as deputadas tucanas Mabel Canto e Cristina Silvestri e três considerados governistas: Tercílio Turini, Evandro Araújo (PSD) e Ney Leprevost (União Brasil), pré-candidato a prefeito de Curitiba.