Ex-jogador tem história contada no livro e no documentário “O Bem-Amado”. “Um livro com o Garcia de peito aberto mesmo”, diz Thiago Mossini, um dos autores
Um dos maiores nomes da história do Londrina, o ex-jogador Carlos Alberto Garcia ganhou uma biografia e também um documentário, contando a trajetória dentro e fora dos gramados. O lançamento dos materiais será realizado oficialmente na segunda-feira (veja os detalhes no fim da reportagem).
O livro, escrito pelos jornalistas Thiago Mossini e Weslley Lemos, tem como título “O Bem-Amado”, destacando o apelido que Garcia ganhou justamente no período que defendia o Tubarão, entre as décadas de 1970 e 1980. São 226 páginas.
Já o documentário, também com o título de “Bem-Amado”, tem a direção do jornalista Guilherme Vanzela.
– O Garcia é o maior ídolo da história do Londrina, um dos principais jogadores da história do futebol paranaense. Essa história precisava ser contada. Não só do jogador, mas do homem Carlos Alberto Garcia, um exemplo de pai, de pessoa, generosidade, enfim. O livro traz isso – contou Thiago Mossini.
– Ele relutou demais de ter a história contada, achava que não merecia, que não era tão importante assim… Demorou, mas conseguimos convencê-lo. E vocês vão ver um livro com o Garcia de peito aberto mesmo – completou.
Aos 68 anos, Garcia destaca principalmente as homenagens que vêm recebendo em vida. No ano passado, o Londrina fez uma estátua do ex-jogador, de quase dois metros, que fica hoje no estádio Vitorino Gonçalves Dias.
– Eu jamais sonhei com isso, nunca imaginei. A emoção é muito grande porque isso passa para as crianças, os adolescentes. Fico muito feliz com livro, documentário, estátua. Eu ia no Corinthians e via as estátuas daqueles que já morreram. Eu estou vivo, agradecido, falando com vocês. Isso me dignifica muito, me dá muita felicidade. Tudo que fiz foi o melhor, de coração.
Carreira
Carlos Alberto Garcia fez parte de uma das gerações mais vitoriosas e importante do Londrina. Foi um dos destaques na campanha histórica que colocou o Tubarão na semifinal do Campeonato Brasileiro de 1977, deixando Santos, Corinthians, Vasco e Flamengo pelo caminho – marcou sete gols no campeonato.
Depois, ele foi campeão paranaense de 1981, com direito ao gol do título, na final com o Grêmio Maringá. Ao todo foram quatro passagens pelo Londrina.
Garcia começou a carreira no Corinthians. Jogou no Operário-MS, no SAAD-SP antes de ser emprestado pelo Timão ao Londrina, no fim de 1975. Depois do sucesso no Brasileiro de 1977, Garcia foi contratado pelo Vasco. Só que ele quase parou no Flamengo, algo que o livro traz e o próprio ex-jogador nem sabia.
– Durante as pesquisas descobriu por exemplo que o Flamengo chegou a anunciar a contratação dele, e acabou parando no Vasco. Ele nem sabia que tinha sido contratado, vamos dizer assim, pelo Flamengo – disse Mossini.
A passagem pelo Vasco foi apagada. Depois jogou pelo Grêmio Maringá e voltou ao Londrina em 1981 para marcar o gol do título do Campeonato Paranaense. Em 1982 ele atuou no Taubaté e no ano seguinte jogou no Campinense-PB. Em 1984, retornou para terceira passagem pelo Tubarão.
Nos anos seguintes, jogou por Nacional-AM, ABC-RN, até voltar, no fim de 1985, pela última vez ao Londrina. Ao todo, Garcia marcou 89 gols com a camisa do Tubarão. Ficou no clube até 1988, quando passou novamente pelo ABC e encerrou a carreira, com jogo de despedida em 1990.
– Melhor jogador eu não fui. Cito uns 50 melhores que eu (risos). Mas, moro aqui, a minha história é muito firme. O futebol me ajudou muito, a minha presença também. É uma admiração recíproca. O Londrina, com todo respeito, é a camisa mais forte, que mais amo. Para mim, o Londrina é o maior do mundo. Por isso amo todos os jogadores que estão aí, respeito – comentou Garcia.
Vida fora dos campos
Carlos Alberto Garcia nasceu em Flórida Paulista-SP. Só que foi em Londrina que criou raízes. Tanto que mora na cidade até hoje, onde atua como empresário e tem três filhos e seis netos.
Já em Londrina, ainda enquanto jogava, Garcia teve que encarar o momento mais doloroso: o falecimento da esposa Sônia Maria, de câncer, em 1986. Ele tinha 28 anos na época.
– Foi uma surpresa, a gente nunca espera que vai acontecer. Quem sofreu foi o pai e a mãe dela. O sofrimento foi muito grande, os pais delas também. Realmente, esse fato foi o mais marcante da minha vida. Mudou a minha história – relembra Garcia.
Depois que parou de jogar, Carlos Alberto Garcia foi vereador em Londrina, entre 1993 e 1996. Em 2004, assumiu o cargo de presidente do Londrina Esporte Clube, em 2004, quando o clube enfrentou um dos piores momentos na parte financeira.
Garcia foi condecorado como Cidadão Honorário de Londrina e Cidadão Honorário do Paraná, além de receber outras honrarias.
Serviço
Livro – O Bem-Amado: a história de Carlos Alberto Garcia
- Autores: Thiago Mossini e Weslley Lemos
- Editora Fábrica de Biografias
- 226 páginas
- Pode ser adquirido pela internet; valor: R$ 50
Lançamento do livro e do documentário
- Segunda-feira, 13 de junho, 19h30
- Local: Sala 2 do cinema no Londrina Norte Shopping