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Mercado derruba para 0,36% previsão de alta do PIB em 2022

Expectativa de crescimento da economia neste ano recuou pela segunda semana consecutiva ente os analistas, aponta BC

Previsão de alta do PIB de 2021 recuou pela 12ª vez MARCELLO CASAL JRAGÊNCIA BRASIL – 16.09.2021

Os analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo BC (Banco Central) derrubaram, pela segunda semana seguida, as apostas de crescimento da economia e agora preveem uma alta de apenas 0,36% do PIB (Produto Interno Bruto) — soma de todos os bens e serviços produzidos no país — neste ano.

Os dados do relatório Focus foram divulgados nesta segunda-feira (3), pelo BC. Na semana passada, as expectativas apontavam para um avanço de 0,42% das riquezas nacionais. Há quatro semanas, a previsão era de uma alta na casa de 0,5%.

As mudanças das estimativas são impulsionadas pelo recente salto da inflação, pela alta das taxas de juros e pelo temor de rompimento do teto de gastos com o pagamento do Auxílio Brasil, programa idealizado para substituir o Bolsa Família. Há ainda um risco eleitoral no radar do mercado.

A nova aposta do mercado surge também em meio à 12ª piora consecutiva das expectativas para o crescimento do PIB em 2021, a ser divulgado apenas no início do mês de março. Conforme a atualização, o Brasil deve registrar um crescimento de 4,5% no ano passado, ante aposta de 4,71% feita há quatro semanas.

As pioras vão também em linha com os dados oficiais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que colocaram o Brasil em recessão técnica, depois de a atividade econômica recuar por dois trimestres consecutivos. As apostas são para um novo dado negativo para o período compreendido entre outubro e dezembro.

Inflação

Os analistas também apresentaram suas novas apostas para a inflação de 2021 e 2022. Enquanto a expectativa é de que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) a ser divulgado na próxima semana mostre que os preços saltaram 10,01% no ano passado, a previsão para este ano foi mantida em 5,03%.

Na semana passada, as apostas eram que a inflação terminaria 2021 em 10,02% e, há quatro semanas, em 10,18%. A sequência de quatro revisões consecutivas é motivada pela desaceleração dos preços apontada na prévia da inflação de dezembro.

 

Caso a nova expectativa seja confirmada, a inflação chegará ao fim de 2021 perto do dobro da meta estabelecida pelo governo para o ano, de 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). Já para 2022, a aposta é de que o teto da meta também seja furado no fim do ano.

A expectativa para o dólar no fim deste ano ficou mantida em R$ 5,60. Para os preços administrados, tais como energia e combustíveis e planos médicos, a expectativa é de alta de 4,61% neste ano.

Fonte: R7