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Quem quer comida barata precisa defender o agro

O agronegócio do Paraná não é apenas um setor econômico: é o que garante comida na mesa de milhões de brasileiros todos os dias. É no campo que começa o café da manhã das famílias, a merenda escolar, o prato de comida do trabalhador. E esse campo tem nome, tem rosto e tem território: ele é feito pelas mãos de pequenos agricultores, de cooperativas familiares, de médios e grandes produtores que transformam o Paraná no supermercado do mundo.

Somos líderes nacionais em diversas cadeias produtivas. Além de destaque na produção de grãos, como milho, soja e trigo, o Paraná ocupa a primeira posição na produção de carne de frango, peixe de cultivo e ovos. A agricultura familiar, por sua vez, responde por uma parcela significativa da produção de alimentos frescos consumidos internamente, com papel fundamental na economia de centenas de municípios do interior.

Mas o campo está sobrecarregado. Falta infraestrutura adequada para escoar a produção — as estradas estão saturadas, gerando prejuízo. O crédito ainda é escasso para o pequeno produtor. E a burocracia federal impõe regras cada vez mais complexas, travando licenças ambientais, registros fundiários e linhas de financiamento.

Falo com conhecimento de causa. Antes de chegar à Assembleia Legislativa, atuei como diretor da CEASA Paraná, onde acompanhei de perto a realidade do produtor, os gargalos da comercialização e a importância de políticas públicas que valorizem quem está na base do sistema alimentar. A experiência me ensinou que não existe agro forte sem campo valorizado — e que o alimento que chega à mesa começa dando dignidade a quem planta.

É preciso que o Brasil compreenda: defender o agro não é proteger um setor isolado — é proteger o direito do cidadão a comer bem e pagar menos por isso. Quando o produtor é sufocado, o resultado é direto no supermercado: preços mais altos, menor variedade e insegurança alimentar.

O Paraná tem feito sua parte. Avançamos com tecnologia, cooperativismo, boas práticas e sustentabilidade. Mas isso não basta. O país precisa de um plano nacional de logística agrícola, com foco em rodovias, ferrovias e armazenagem. Precisa de segurança jurídica no campo, de crédito desburocratizado, e de respeito a quem produz com responsabilidade.

Quem quer comida barata precisa defender o agro. E quem quer um país mais justo precisa entender que o campo não é o passado — ele é o presente e o futuro da nossa soberania alimentar.

Por: Deputado Estadual Luis Corti