A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde emitiu, nesta segunda-feira (5), o relatório preliminar – o documento foi antecipado após um pedido do Ministério Público Federal (MPF). A relatoria da CPI cabe ao vereador Geraldo Stocco (PV) que decidiu pedir a cassação da Professora Elizabeth Schmidt (PSD) – durante meses, o parlamentar buscou soluções alternativas junto à própria Prefeitura, além de também procurar o Ministério Público, mas não obteve sucesso.
Segundo Stocco, o pedido de cassação se baseia em vários aspectos da investigação iniciada em maio deste ano, especialmente a falta de médicos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), o fechamento precoce do Pronto Socorro Municipal (PSM) e o abandono da UBS Antonio Saliba. “Há mais de um ano buscamos uma solução dialogada com a prefeita, mas não obtivemos nenhum avanço e por isso tivemos que adotar esta medida drástica”, explica Stocco.
O relator da CPI lembra que, desde 2020, procurou a gestão para dialogar melhorias para a saúde, mas Stocco e outros vereadores receberam “apenas promessas”. “A prefeita prometeu para nós e para toda a população a reforma de 14 unidades básicas de saúde até o final do ano. Estamos em setembro e nada disso aconteceu, a população segue aguardando horas para receber atendimento”, argumenta Geraldo.
Entre os principais erros encontrados pela CPI está o fechamento precoce do PSM. “O Pronto Socorro foi um erro grave, o espaço foi fechado com uma ala nova, construída com recursos destinados pela Justiça Federal”, diz Stocco. O vereador lembra que um engenheiro ouvido pela CPI confirmou que o PSM não precisava ser totalmente fechado. “Nada justifica o fechamento do Pronto Socorro de forma tão irresponsável”, critica Geraldo.
Outro aspecto destacado pela CPI foi o fechamento do Pronto Atendimento Infantil (PAI) que funcionava junto ao Hospital da Criança, atualmente chamado de HUMAI. “Temos visto nossas crianças sofrerem, mesmo com toda a estrutura do HUMAI. Esse é apenas um dos erros graves cometidos pela gestão da saúde e que impacta, diretamente, nas pessoas. Tivemos mortes de crianças esperando vaga, esperando transferência”, dispara Stocco.
Falta de médicos e baixos salários
A apuração da CPI mostra que o principal problema da saúde na cidade é a falta de médicos. Os vereadores apuraram que a escassez de profissionais é fruto do baixo salário pago pela gestão de Elizabeth Schmidt. “Ponta Grossa tem perdido vários médicos que deixam de trabalhar aqui para atuar em cidades da região que pagam melhor. E a gestão da Prefeitura não fez nada para mudar isso, nenhuma ação efetiva”, conta Stocco.
UBS destruída pela falta de cuidado
Fechada em janeiro de 2021, a UBS Antonio Saliba ficou totalmente destruída após a ação de vândalos. O espaço havia sido fechado apenas com problemas no telhado em dezembro de 2020 e, após o abandono da Prefeitura, o espaço foi totalmente destruído. Atualmente o município iniciou a construção de um superposto com investimento de R$ 500 mil. “A Prefeita basicamente jogou R$ 500 mil no lixo, além de prejudicar o atendimento em saúde por meses da população que mora naquela região”, critica Stocco.