O Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) recebeu, nesta segunda-feira (22), em Curitiba, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. Ele esteve no Campus da Indústria, onde teve um encontro com industriais e executivos ligados à área ambiental de empresas e organizações paranaenses. A visita faz parte de um processo de aproximação do ministério com o setor industrial, com o objetivo de conhecer iniciativas que empresas têm implementado na área de descarbonização e industrialização verde.
Antes da reunião no Sistema Fiep, o ministro visitou as fábricas da Volvo, em Curitiba, e da Renault, em São José dos Pinhais, que investem em pesquisas para desenvolver tecnologias para redução de emissões em seus veículos. “A gente veio ver tecnologias para as novas rotas, como as híbridas e as elétricas. E o Brasil é um país de todas as rotas”, justificou Leite. “Como ministro, gosto de vir ao local, conversar e ir para dentro das fábricas. É mais importante ver o que acontece na vida real do que fazer uma política pública só lá de Brasília. O que eu vi aqui é uma indústria que olha para a sustentabilidade de uma forma bem clara, que traz soluções bastante inteligentes”, completou.
Segundo ele, o Ministério do Meio Ambiente tem buscado implantar políticas que estejam alinhadas às necessidades do setor produtivo. “A gente caminha com o setor privado, achando soluções climáticas lucrativas, porque tem que ser lucrativo para o empreendedor, para as pessoas e para a natureza”, disse. Uma das inciativas em andamento, segundo ele, é a formulação justamente de uma política voltada para o setor automotivo. “Estamos desenhando, junto com o ministro Paulo Guedes (Economia), uma política automobilística sustentável, para conseguir trazer incentivos para essa nova economia, que está ligada à mobilidade urbana e à logística. Queremos desenhar políticas na direção de uma nova economia verde e o setor privado tem que estar junto”, afirmou.
Outra medida destacada pelo ministro foi o programa Metano Zero, que zerou os impostos federais para equipamentos utilizados em usinas de biogás e biometano. “O biometano pode substituir o diesel em veículos pesados, como ônibus, caminhões e tratores. E a redução desses impostos reflete em 11% no custo desses equipamentos. Esse é um belo exemplo de como a gente pode incentivar políticas na direção de uma nova economia verde e geração de emprego verde”, explicou.
Mercado de carbono
Outra área em que o ministério tem atuado é na regulamentação do mercado de créditos de carbono, uma tendência global considerada essencial para a redução e equilíbrio das emissões de gases de efeito estufa. “O governo editou um decreto que criou a certidão de nascimento do mercado de carbono regulado brasileiro. Criamos um mercado que tem uma plataforma única de registro para garantir transparência e não dupla contagem”, explicou.
Segundo Leite, o mercado do país tem alguns componentes inovadores. “O primeiro mercado regulado do mundo que tem o agro dentro é o mercado brasileiro, porque nós temos oportunidade de ser exportadores de créditos de diversas fontes, como energias renováveis, indústria de baixa emissão e agricultura, em diversas formas”, relatou, acrescentando ainda que o Brasil já assinou um acordo bilateral com o Japão para exportação créditos de carbono, além de negociar com outros três países.
Interesse da indústria
Para o presidente do Sistema Fiep, Carlos Valter Martins Pedro, o encontro com o ministro foi produtivo para o setor industrial paranaense. “Nós da Fiep temos a honra de receber o ministro com uma pauta tão importante e de tanto interesse de avanço para a indústria do Paraná”, disse, destacando principalmente a necessidade de políticas voltadas para a geração de energia limpa. “O ministro diz que é parceiro do setor privado e, se tem uma coisa que a indústria brasileira precisa, é uma questão de energia mais barata, mais disponível e, inclusive, zerando impostos sobre energias renováveis. Isso para nós é fundamental. No Paraná temos características que são muito importantes para avanço nessa pauta, e o metano é uma delas”, concluiu.
- Informações: FIEP.