O Partido dos Trabalhadores estuda orientar o vereador Renato Freitas (PT), que liderou a invasão a uma igreja católica no fim de semana, a renunciar ao mandato. A hipótese ganhou força depois que Mesa Diretora da Câmara Municipal de Curitiba admitiu quatro representações contra ele pela suposta quebra de decoro do parlamentar. Se renunciar, Freitas garante seus direitos políticos, que podem ser afetados em uma possível cassação, e assim deixa o caminho livre para ser candidato a deputado estadual.
O que também pesa contra o parlamentar são levantamentos informais, que soma mais de 30 vereadores que votarão contra ele numa possível cassação. Apesar da forte reação de vários setores ao ato que o petista liderou, a avaliação de integrantes da cúpula da legenda é que ele ganhou força em segmentos específicos, e isso pode lhe garantir uma vaga como deputado estadual. Alguns integrantes da Mesa Diretora da Câmara foram consultados sobre a ideia. A beneficiada direta com a manobra será a suplente Ana Júlia (PT), ligada à ex-vice-prefeita Mirian Gonçalves (PT).
Freitas não tem o apoio nem das duas colegas petistas da Câmara. Carol Dartora (PT), que também participou do ato, mas diz não ter entrado na igreja, lançou nota condenando a invasão. Já Professora Josete (PT), que faz parte da Mesa Diretora, votou pela admissibilidade de uma das representações contra o correligionário. Além disso, a Polícia Civil abriu uma investigação para apurar o caso.
O processo agora vai ser enviado ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar para instauração de procedimento de investigação que pode resultar, entre outras punições, na perda de mandato. Também há a possibilidade de arquivamento do processo. O prazo máximo para a decisão do Conselho de Ética é de 90 dias úteis contados da notificação do representado, podendo ser prorrogado por decisão do plenário pelo mesmo período, uma única vez.