Dez detentas que foram aprovadas no vestibular aplicado na própria unidade iniciaram suas graduações nos cursos de Pedagogia e Serviço Social, na modalidade de Ensino à Distância.
A Penitenciária Feminina de Foz do Iguaçu Unidade de Progressão (PFF-UP) tem disponibilizado meios para a ressocialização das presas, como trabalho e estudo durante o cumprimento da pena. Nesta segunda-feira (31), dez presas que foram aprovadas no vestibular aplicado na própria unidade iniciaram suas graduações nos cursos de Pedagogia e Serviço Social, na modalidade de Ensino à Distância.
A diretora da Penitenciária, Cláudia Grignet Souto, conta que, por tratar-se de uma unidade de progressão, a gestão sempre está buscando novas alternativas para gerar oportunidades para as presas que querem mudanças. As bolsas de estudo para os cursos de graduação foram adquiridas através dos esforços do Deppen em parceria com a universidade Fanduca e o projeto Universal nos Presídios (UNP).
“Conseguimos, agora, aplicar um vestibular para 30 presas da unidade, no qual dez foram aprovadas para iniciarem sua graduação nesta segunda. Com isso, também notamos que outras detentas se animaram para finalizar os estudos do ensino médio, com o objetivo de seguir o mesmo caminho de profissionalização”, diz a diretora.
Das que foram aprovadas, seis iniciam sua graduação no curso de Pedagogia e as outras quatro em Serviço Social. Elas farão o curso inteiramente online, no laboratório de informática da penitenciária.
TRABALHO – O Departamento de Polícia Penal também tem desenvolvido convênios com o poder público e com empresas privadas para oferecer chance de trabalho e remissão de pena aos presos. Da Penitenciária Feminina de Foz do Iguaçu, por exemplo, dez trabalham na produção de fraldas para a prefeitura da cidade, após o firmamento de um convênio para uso de sua mão de obra.
“No projeto, a prefeitura disponibiliza a máquina e os insumos para a produção dos materiais e, supervisionadas, as presas ficam com a parte da mão de obra. A partir desse trabalho, elas ganham um salário mínimo mensal, do qual 25% vai para o Fundo Penitenciário enquanto que o restante vai para a própria presa e sua família, se assim for acordado”, conta Cláudia.
Em outro projeto, para uma empresa de alimentação, 14 presas preparam café e saladas que são distribuídas para todas as unidades penais em Foz do Iguaçu. A penitenciária também está em tratativas para firmar um convênio com outra empresa privada para auxílio na recuperação de latas de tinta usadas, a fim de diminuir os custos para a produção de novas ao mesmo tempo que preserva o meio ambiente com menos descarte de lixo.
Segundo a diretora da unidade, além do salário, o trabalho também serve para diminuir a pena, pois três dias trabalhados resultam em um dia a menos na prisão. “O trabalho ajuda, ainda, no retorno das presas para o mercado de trabalho, pois elas acabam desenvolvendo habilidades após o cumprimento da pena”, afirma.