Fechando um ano, onde a esperança foi a palavra-chave com a chegada da vacina contra a Covid, a reflexão agora é para outro ano importante, 2022. Depois de quase dois anos de problemas econômicos e sociais, a eleição ganha uma proporção gigantesca. Eleitores paranaenses depositando muita expectativa, e porque não dizer, a espera de um herói. Presas fáceis? Talvez, mas se observarmos o cenário da política atual, nos faz sentir que fomos enganados por décadas. Eu explico:
Sérgio Moro
A filiação do ex-juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba Sergio Moro ao Podemos e sua indicação como pré-candidato do partido à Presidência da República, foi algo reconhecido previsível diante dos acontecimentos dos últimos anos. Reconhecido internacionalmente pela atuação em Curitiba, na condução dos processos relativos à Operação lava Jato, Moro seria apenas o terceiro paranaense a disputar o principal cargo eletivo do país. E o primeiro com potencial para ter algum papel de destaque na eleição.
Mas, que apoio Moro, se eleito teria em meio de diversos políticos que ele mesmo colocou na cadeia ou encabeçou investigação criminal? Porque com certeza muitos deles serão eleitos no próximo pleito. E se não falarmos em apoio político, quais seriam as ações de um nome que tem como referência e discurso eleitoral, o combate a corrupção?
Sergio Moro começou a colecionar seguidores desde 2014, quando proferiu as primeiras sentenças da Operação Lava Jato. Ao mesmo tempo, conquistou inimigos ferrenhos, de todos os lados do espectro político. Chegou a ser considerado unanimidade nacional. Nos bastidores da política, ele decidiu deixar a magistratura para assumir o Ministério da Justiça, onde acabou pedindo demissão em meio à crise institucional.
Entre o tribunal e os corredores do Palácio do Planalto, Moro mantém sete anos de imensa exposição ao público, o que o torna uma figura mais conhecida que a maioria dos demais políticos que se apresentam como pré-candidatos.
Roberto Requião
Um dos políticos mais emblemáticos e controverso do Estado está com rumo inserto no auge dos seus 80 anos. A ligação entre Requião e o MDB praticamente modelou a política local nas últimas décadas. Requião entrou no partido que era o símbolo da resistência aos militares, e que na época era liderado, entre outros, por José Richa, Alvaro Dias e Euclides Scalco. Três anos depois, após um mandato arrasador na Assembleia Legislativa, ele assume a prefeitura da Capital.
Pelo “velho MDB de guerra”, Requião foi candidato ao senado de quatro em quatro anos até 2018, quando aos 78 anos foi derrotado. Foram três mandatos como governador, o recorde para o estado, além de dois mandatos como Senador.
Entretanto, sem mandato no executivo há mais de uma década, Requião passou a ser visto como um político que não estava dando aos deputados perspectiva de poder. No governo de Beto Richa, o partido manteve um jogo duplo. Agora, com Ratinho parecendo fadado à reeleição, decidiram que era hora de romper de vez.
A chapa formada por Anibelli Neto e Sérgio Souza tinha o interesse de permanecer próxima a Ratinho Jr e garantir uma fatia maior de cargos. O que não agradou a Requião. “Acabou o MDB. Fundei o partido e fui derrotado pelo Rato e pelo Bolsonaro.”
Requião ainda tenta uma manobra para se candidatar ao governo, o que tem sido considerado por seus pares um blefe. Ainda sem partido e depois da recusa do PSB, o alvo é agora é o PT (que depois de vários embates com o PSDB, praticamente fecha aliança para a disputa presidencial) o que ainda é inserto. “Não tenho decisão por nenhum partido. Tem até março para decidir”, quanto a decepção com a antiga casa, o ex-senador parece ter superado. “Mas não tem importância. O importante não é ganhar, é estar certo”, ressalta Requião.
Alvaro Dias
Ex-governador do Paraná, por anos lembrado como o governador que atacou professores em meio a protesto em frente ao palácio Iguaçu, Alvaro está entrando no último ano de mandato como senador e pelo andar da carruagem, possivelmente não será reconduzido ao cargo. Candidato na última eleição, em 2018, atingiu menos de 1% dos votos no resultado final do pleito. O que tirou o foco do senador com o Estado, reflexo da falta de apoio da maioria dos prefeitos das principais cidades do Paraná.
Para completar o “inferno astral”, o jornal Folha de São Paulo publicou um artigo revelando ligações do senador paranaense com o doleiro Alberto Youssef e o ex-secretário da Fazenda de Maringá, Luiz Antônio Paolicchi, na eleição do senado, em 1998. O que deixou o pré-candidato, Sérgio Moro em uma complicada situação; Youssef, símbolo da Lava Jato, foi o pivô da operação e condenado por ele. Já Paolicchi, é acusado de desviar milhões dos cofres municipais e por assassinado em 2011.
Com certeza os pedidos e desejos para 2022 de Alvaro vão incluir uma forma de reverter toda essa situação. Já moro e seus assessores pensam em buscar outro partido, como o União Brasil (UB), para dissociar o ex-juiz da Lava Jato do incomodo apoio de Alvaro Dias.
Esses são alguns exemplos de grandes nomes da política paranaense que sugere, pelo menos, uma reflexão minuciosa a respeito da responsabilidade que temos em 2022 – O VOTO.
O Quarto Poder Paraná tem a responsabilidade de auxiliar você, eleitor nessa difícil e importante missão. Nos despedimos de 2021 com a certeza de fazer mais e melhor em 2022.
Feliz ano novo!!!