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Bolsonaro cai no desgosto popular

Aparentemente o jogo virou para Bolsonaro, não é mesmo? O presidenciável que estava com tudo em 2018, com a bola cheia pelo desenrolar da Lava Jato que gerou uma revolta generalizada e o clamor por um mártir combatente da corrupção (mas ao mesmo tempo “povão” e sem papas na língua) agora despenca nas pesquisas para as eleições do ano que vem, e para o seu pesadelo, seu principal rival ressurgiu como uma fênix no embate, Lula vem decolando nas intenções de voto, alimentado pelo total descontentamento do povo com o governo Bolsonaro e a resseção consequente das péssimas decisões de sua equipe e, pasmem, da corrupção.

A mais recente pesquisa do Datafolha registrou essa movimentação abrupta mostrando Lula vencendo no primeiro turno em dois cenários, a pesquisa foi realizada de 13 a 16 de dezembro com 3.666 pessoas em 191 cidades do país, e mostra uma diferença de 26% entre os dois rivais em ambos os casos com Lula se aproximando dos 50%. O golpe veio mais certeiro que a fakeada, agora Bolsonaro está encurralado entre Lula, um de seus maiores alvos durante sua campanha e gestão, e o atual algoz, Sérgio Moro, que quebrou alianças com o presidente sob a justificativa de que o mesmo estava influenciando nas decisões da polícia federal, isso somado à Lava Jato é osustentáculo para seu palanque político, que está sendo posto em ação com sua pré-candidatura midiática e construção de uma “nova” terceira via.

Em termos da pesquisa, observa-se uma maior adesão àLula por parte da população mais pobre e menos escolarizada, além de sua substancialidade no nordeste, o que ficou provado na ultima disputa que angariou da região a maioria dos votos para Haddad, em contrapartida, Bolsonaro segue sendo a preferência de empresários, cidadãos de classe média alta e eleitores da região sul. Basicamente, Moro herda as rebarbas dos “nem nem”, aqueles que não querem o PT de volta de jeito nenhum, mas “Deus me livre” Bolsonaro novamente e  “também não quero desperdiçar meu voto”.

Vale lembrar que, como em toda eleição, obviamente, outros nomes surgem na disputa, como Simone Tebbet, João Dória, Ciro Gomes nem que concorra lá de Parisentre outros (Ey Ey Ey Mael), mas estes aí não somam sequer o cheiro de uma porcentagem significativa, fica para tapar buraco, arrecadar fundo partidário e afins, a conversa gira em torno é do trio parada dura. A disputa esquerda, direita e terceira via, ou centrão, será um espetáculo a parte, um sanduíche de Bolsonaro, que faz o papel do presunto passado entre os pães da discórdia, será uma coisa linda de se ver, se o dito cujo inominável não fugir dos debates, claro.

No desenrolar das pesquisas assistimos uma queda significativa de Bolsonaro no gosto popular, mesmo com a esperança de usar o recente Auxílio Brasil como salvaguarda em sua campanha, mas se nem o auxílio emergencial o salvou, imagina o Bolsa Família maquiado de verde e amarelo, mais um argumento para Lula chacoalhar na cara de Jair durante a campanha, e olha que o molusco está quietinho, observador, cauteloso, diferente de Moro que parece estar curtindo os minutos de fama, apesar de não estar indo tão bem nas pesquisas, afinal, terceiro lugar não vence corrida né? A terceira via rachada vai funcionar como a plateia que coloca fogo no barraco em algum programa de auditório de quinta categoria.

Já Bolsonaro vai conseguir desviar o brasileiro de uma tradição, reeleger presidentes, e logo o brasileiro que é tão passivo ante os desmandos dos gestores, vai enxotar o ex-militar metido à tiozão do pavê do Palácio do Planalto para dar confiança novamente ao partido e ao personagem que fez com que a empregada voasse de avião para Disney.

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