Renúncia de Abdalla Hamdok ocorre menos de dois meses depois de ter sido reintegrado ao governo, após acordo político com militares. Golpe aconteceu em outubro.
O primeiro-ministro do Sudão, Abdalla Hamdok, renunciou ao cargo neste domingo (2), em meio a uma crise no país gerada por um golpe militar em outubro.
A renúncia ocorreu menos de dois meses depois de ser reintegrado como parte de um acordo político com os militares.
Hamdok disse que uma mesa redonda era necessária para construir um novo acordo para a transição política do Sudão.
“Decidi devolver a responsabilidade e anunciar minha renúncia como primeiro-ministro e dar uma chance a outro homem ou mulher deste nobre país para … ajudá-lo a passar pelo que restou do período de transição para um país civil democrático”, disse Hamdok, durante um discurso em um canal de televisão do país.
O anúncio gera ainda mais incerteza sobre o futuro do Sudão, três anos depois um levante que levou à derrubada do antigo líder Omar al-Bashir.
Economista e ex-funcionário das Nações Unidas amplamente respeitado pela comunidade internacional, Hamdok tornou-se primeiro-ministro por meio de um acordo entre os militares e civis, após a queda de Bashir.
Demitido e colocado em prisão domiciliar pelos militares durante o golpe, em 25 de outubro, ele foi reintegrado em novembro.
Mas o acordo para o seu retorno foi denunciado por muitos na coalizão civil que o havia apoiado anteriormente e por manifestantes que continuaram a fazer manifestações em massa contra o regime militar.
Fonte: G1