Com discurso alinhado ao governo de Jair Bolsonaro, que enxerga a exigência da vacina como um ataque à liberdade individual e menosprezou a recomendação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), O governador Ratinho Júnior (PSD) afirmou ontem que considera a discussão sobre a implementação do “passaporte” da vacina contra a Covid-19 “uma bobagem”. Para Ratinho Jr, não tem porque falar em passaporte sanitário, já que a maioria da população paranaense já está vacinada.
“Para falar a verdade eu acho meio bobagem isso. Sabe por quê? 97% da população está vacinada. É 2%, 3%. Acho que na Europa até justifica, porque a Europa está com 30% da população vacinada, 40%. Aqui nós temos 2%, 3% de pessoas que não quis”, declarou o governador em entrevista à rádio Jovem Pan.
Na semana passada o presidente Jair Bolsonaro falou a respeito do passaporte da vacina, que segundo ele fere a libertade do cidadão. “A gente pergunta: por que o passaporte vacinal? Essa coleira que querem botar no povo brasileiro… cadê nossa liberdade? Prefiro morrer que perder minha liberdade. Não sou contra a vacina, porque nós compramos mais de 600 milhões de doses. [Mas] a nossa liberdade não tem preço”
Em outubro, o Paraná atingiu 97% da população adulta com pelo menos uma dose. Segundo dados atuais da Secretaria de Estado da Saúde, 86,45% da população total está vacinada com a primeira dose contra a Covid. E 72,38% está imunizada com a segunda dose.
O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal) fez ontem (14) uma flexibilização em relação à decisão de exigir o comprovante da vacinação contra a covid-19 que chegam ao Brasil. Após a determinação do último sábado, que contrariou o governo federal, Barroso anulou a obrigatoriedade para brasileiros que viajaram ao exterior até ontem.
Com a nova decisão, os viajantes que sejam brasileiros ou estrangeiros que moram no Brasil podem voltar ao país com a apresentação de um teste negativo para covid e preencher uma declaração de saúde. No entanto, quem viajar para fora do Brasil a partir de hoje (15) estão sujeitos à exigência do passaporte da vacina.
Uma sessão extraordinária do STF está marcada para hoje com o intuito de confirmar ou derrubar a decisão de Barroso. Ou seja, o colegiado vai discutir e definir a obrigatoriedade do passaporte da vacina.