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A imparcialidade é um mito que morreu e dá lugar à intencionalidade

Intencionalidade, esta é a palavra que permeia a informação se a pensarmos de um ponto de vista contemporâneo, e ela vem como substituta de um conceito ultrapassado que aprisiona os meios de comunicação, mais especificamente, o jornalismo. Ora, vivemos na era da informação e com ela, ganhamos de “presente” uma anomia comunicacional que nos força a determinar um posicionamento enquanto veículos informativos, as fake news deram as mãos à instantaneidade fornecida pela Internet e transformaram o jornalismo numa profissão cada vez mais árdua no âmbito da apuração, escancarou as intenções dos poderosos ao utilizar a comunicação para manipular os fatos e obterem vantagens ao seu bel prazer, sendo assim, só removemos o véu jogado sobre a ótica da informação imparcial e como o jornalismo num geral está cercado de intenções.

Em tempos onde o leitor agora se torna agente ativo na informação e não apenas as reproduz, mas as cria, a ideia da imparcialidade cai por terra quando aqueles que antes consumiam a notícia passivamente se transformam em produtores de informação com o incremento de sua visão de mundo, ideologia e vivência, pois bem, é justamente isso que retira do jornalismo moderno a obrigatoriedade de apenas narrar a notícia sem tomar partido de qualquer que seja a posição, afinal, até mesmo a dicotomia de opiniões se fragmentou, não existem apenas dois lados da notícia, ela está cercada de posicionamentos, versões e verdades, e o jornalista, na condição de ser humano dotado de sentimentos e opiniões dará o tom do conteúdo, mesmo que sutilmente.

Dito isto, venho questionar qual a necessidade que o leitor tem em praticamente implorar pela imparcialidade em todo e qualquer veículo informativo, também é válido questionar o porque do medo que os grandes veículos têm em firmar seu posicionamento e ideologia, é desonesto de ambas as partes impor que a comunicação seja absolutamente neutra, historicamente está mais que documentado que ela, a comunicação, é um dos instrumentos essenciais na formação de opiniões em diversos sentidos, a comunicação impulsiona ou derrota governos, movimenta ou reprime as massas, diverte ou entristece, e para isso é necessário impregná-la com a humanidade da qual todos nós somos dotados, não somos criaturas movidas pelo instinto de sobrevivência apenas, nossas mentes pensantes nos permitem transformar o meio em que vivemos, a comunicação é inerente a nós como parte da construção do nosso intelecto.