Rede global oferece apoio técnico para o desenvolvimento de ações que visam minimizar impactos causados pelas mudanças climáticas. O Paraná também tem a possibilidade de participar de assinaturas de declarações de apoio e ações que visam amenizar esses impactos.
O Governo do Paraná foi informado, nesta segunda-feira (04), que sua candidatura para integrar a Coalizão Under2 (Under2 Coalition) foi aprovada pelo Steering Group. Com isso, o Estado passa a integrar a maior rede global de governos estaduais e regionais que se comprometem a realizar ações de adaptação e mitigação dos efeitos causados pelas mudanças climáticas.
Dentre os benefícios destinados aos participantes da coalizão, destaca-se o apoio técnico na elaboração de projetos, programas e ações de mitigação; possibilidade de contribuição e participação nos principais fóruns globais sobre mudanças climáticas, como a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (Conferência das Partes – COP); além de eventos como a Semana do Clima de Nova York, atualmente coordenada pelo secretariado da Under2 Coalition.
O Paraná também tem a possibilidade de participar de assinaturas de declarações de apoio e ações que visam amenizar esses impactos. “Essa conquista representa que o Paraná é oficialmente um Estado comprometido em reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE)”, destaca o secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Everton Souza.
Uma das ações da pasta ambiental para incentivar a redução de GEE é o Selo Clima Paraná, reconhecimento que o Estado oferece todo ano a empresas que declaram suas emissões durante as atividades. Quanto mais detalhada a declaração, maior é seu reconhecimento, entre Original, Ouro e Ouro Plus.
O Estado ainda é signatário do Race To Zero, movimento das Nações Unidas para conter o aquecimento global, tem uma parceria estratégica com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para um estudo de caso sobre desenvolvimento sustentável – inclusive sendo reconhecido como exemplo global em relação aos ODS – e criou o primeiro comitê público-privado de ESG do Brasil, para discutir soluções com a iniciativa privada.
CONQUISTA – Com essa nova conquista, o Paraná agora faz parte de uma aliança formada por mais de 260 governos que representam 1,7 bilhão de pessoas e 50% da economia global. Todos, de acordo com o Steering Group, são comprometidos em atuar com alinhamento ao Acordo de Paris, que prevê manter o aumento da temperatura abaixo de 2 °C, e no esforço adicional para um máximo de 1,5 °C.
O Acordo é um tratado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (CQNUMC), que rege medidas de redução de emissão de gases estufa a partir de 2020. Ele também visa o reforço da capacidade dos países de responder ao desafio em um contexto de desenvolvimento sustentável.
Segundo o diretor de Políticas Ambientais da Sedest, Rafael Andreguetto, o Paraná foi aceito nesse grupo por já conter políticas ambientais e climáticas, voltadas a este objetivo. “O Paraná tem pioneirismo nas ações ambientais e climáticas, tendo instituído o Fórum Paranaense de Mudanças Climáticas Globais em 2008 e a Política Estadual sobre Mudança do Clima em 2012, além de diversos programas e projetos que contribuem para o desenvolvimento sustentável e para a proteção ambiental”, destacou.
PREVENÇÃO – A adesão do Paraná à rede global também irá fortalecer e integrar ainda mais as ações do programa Sinais da Natureza. Desenvolvido em 2020, numa parceria entre a Sedest e o Simepar, o objetivo é desenvolver projetos e ações de prevenção, adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas no território paranaense.
De acordo com o diretor-presidente do Simepar, Eduardo Alvim Leite, um aspecto presente no Sinais da Natureza é a busca do incremento da resiliência do meio ambiente e da sociedade paranaense aos impactos das mudanças climáticas, com destaque para os eventos hidrometeorológicos extremos e a ocorrência de desastres naturais.
“A abordagem que vem sendo implementada engloba o uso intensivo de ciência e tecnologia para análise das vulnerabilidades regionais existentes, instalação de infraestrutura moderna de monitoramento ambiental e estruturação de sistemas integrados de alerta e ação antecipada para mitigação dos impactos sociais, econômicos e ambientais associados”, destacou.
O programa conta com o envolvimento de diversos profissionais e busca parcerias e cooperações técnicas com outros órgãos e instituições de pesquisa, a fim de catalisar os projetos, ações, e principalmente, seus produtos. Voltado à pesquisa e ao desenvolvimento do tema mudanças climáticas, o programa é composto por 18 subprogramas agrupados em 5 módulos temáticos: políticas ambientais e adaptação; educação ambiental; ações de mitigação; mapeamento de vulnerabilidade, risco e resiliência; e estruturação do Plano Estadual de Mudanças Climáticas.