Os alunos do Colégio Estadual William Madi, de Cornélio Procópio, na região Norte, finalmente têm uma escola para chamar de sua. Uma das 14 unidades que foram alvo da Operação Quadro Negro, a nova sede da escola foi entregue nesta quinta-feira (17) pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior. O investimento do Governo do Estado foi de R$ 3,8 milhões. Também nesta quinta, foram repassados R$ 16,4 milhões para o Hospital Regional do município, recursos que fazem parte de um pacote de R$ 26,9 milhões destinados à cidade. O montante abrange também as áreas da educação, infraestrutura e lazer.
Licitada em 2013, a construção do colégio foi paralisada por duas vezes, a primeira delas em 2015, após as investigações da Quadro Negro apontarem o desvio de recursos financeiros em obras escolares. A execução de todos os colégios foi retomada na atual gestão e agora falta apenas uma unidade a ser finalizada: o Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) Campo Largo, previsto para ser entregue no segundo semestre deste ano.
Na quarta-feira (16), Ratinho Junior inaugurou o Colégio Estadual do Campo Professor Danilo Zanona Ribeiro, em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, também alvo da operação. “Assumi o governo com 14 escolas que eram apenas o esqueleto e, logo no início, determinei que todas fossem retomadas e colocadas à disposição da população”, afirmou o governador. “Esta é a penúltima escola que entrego para os alunos e para a comunidade. É um colégio que funciona em período integral e referência para Cornélio Procópio”.
Ele destacou que as unidades finalizadas passam a funcionar com as inovações implantadas pelo Governo do Estado na área da educação, como as aulas de educação financeira, robótica e programação. “Mostramos que aquilo que foi uma imagem de corrupção em nosso Estado, transformamos em exemplo de transparência. A escola da Quadro Negro fica para trás e hoje é a escola do futuro”, completou Ratinho Junior.
O Colégio William Madi conta com mais de 2,9 mil metros quadrados e tem capacidade para receber 1,2 mil estudantes. Atualmente, a unidade atende, em período integral, 197 alunos dos anos finais do ensino fundamental e do primeiro ano do ensino médio.
Como a instituição, fundada em 1990, funcionava em dualidade com a Escola Municipal Aníbal Campi, não havia capacidade para atender o ensino médio. Com a mudança para a nova estrutura, novas turmas estão sendo implantadas gradualmente, com a previsão de ofertar, também, o ensino profissionalizante.
“O governador poderia ter deixado a obra sem terminar, mas escolheu transformar a história dessa comunidade ao concluir uma escola de primeiro mundo, que tem tudo o que os alunos precisam, inclusive o ensino integral”, destacou a diretora do Colégio William Madi, Regina Michelatto. Ela explicou que a unidade é referência para quase 19 bairros. “Muitos alunos paravam de estudar quando concluíam o fundamental, porque precisavam ir para a cidade e era um pouco longe. Agora eles têm a oportunidade de continuar o ensino médio. E ainda vamos discutir com a comunidade quais áreas da educação profissional podem ser implantadas aqui”.
A obra foi licitada, em 2013, por cerca de R$ 6,7 milhões. Na época, a empresa contratada executou 4,77% dos serviços, mas faturou 99,66% do valor total. Essa irregularidade incluiu a obra na Operação Quadro Negro. Em abril de 2015, a construção foi paralisada. No mesmo ano, a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte solicitou o cancelamento da obra e do convênio com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), e fez a devolução do recurso à União.
Um novo protocolo foi iniciado para retomada da obra, desta vez somente com recursos do Estado. No entanto, foram necessárias obtenção de novas licenças e atualização de projetos – como de entrada de energia, hidráulico e prevenção de incêndio, além de atualização do orçamento.
A empresa vencedora foi contratada por cerca de R$ 4,4 milhões em 2017 e executou 21,94% da obra. Após diversas notificações e advertências da fiscalização por atraso na execução, ela abandonou o contrato, obrigando o Estado a rescindi-lo no ano seguinte. Por determinação do governador Ratinho Junior, a obra paralisada foi retomada em 2020 e finalmente concluída.